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terça-feira, 28 de junho de 2011

Preludio

O sapato descolou. Se abriu em pedaços. Pensou em desmarcar o encontro casual. Avaliou. Entre um pensamento e outro o telefone toca. “Oi, já estou aqui”. Pronto. Parece que tudo se tornaria grande equívoco.


Após uma semana atípica, ela recebe uma mensagem inesperada. Algo profissional. Um aviso ou convite. Deduz que nunca saberá. Não deu muita atenção ao que no futuro se tornaria uma proposta de trabalho. Talvez para celebrar (ou agradecer) ela fez um convite para um café. Algo despretencioso, ingênuo e profudamente verdadeiro. Sem nenhum tipo de intenção subliminar. Quando desceu ao seu encontro, foi tomada por um pequeno choque e pensamentos que a envergonharam de imediato. Tentou passar naturalidade, cordialidade e sorriu como quem não vê um amigo há muito tempo. Começou a falar sem freio certamente para esconder seus pensamentos. Não sabia porque, mas aquele homem a fazia ebulir por dentro.


Falavam sem parar, uma metralhadora de afinidades, inteligência, bom senso... ela ouvia cada palavra proferida de sua boca, encantada... sentia-se a vontade, acompanhada. Não falava sozinha. Alguém escutava-a e sorria para ela. Um sorriso prodigioso, feliz, sem dissimulações. Tinham uma interação singular. Perdeu-se em um mundo paralelo. Enquanto ele falava, sentia a presença de anjos em torno si. Em meio aos livros da Cultura, pensava orgulhosa: “Como foi bom trazê-lo em um dos meus lugares mágicos. Em meio aos livros, a pessoa certa no lugar certo”. Questionava várias vezes se ele a via sorrir pelos olhos, seu corpo era todo satisfação.

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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Bispo diz que estupro só é possível com o consentimento da mulher

Bispo de Guarulhos, Luiz Gonzaga Bergonzini, diz que mulheres mentem ao dizer que foram estupradas. Ele acusa que a mentira seria apenas para conseguir liberação da lei para pratica do aborto.


"Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima... É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é difícil", comenta. O bispo ajeita os cabelos e o crucifixo. "Já vi muitos casos que não posso citar aqui. Tenho 52 anos de padre... Há os casos em que não é bem violência... [A mulher diz] 'Não queria, não queria, mas aconteceu...'", diz. "Então sabe o que eu fazia?" Nesse momento, o bispo pega a tampa da caneta da repórter e mostra como conversava com mulheres. "Eu falava: bota aqui", pedindo, em seguida, para a repórter encaixar o cilindro da caneta no orifício da tampa. O bispo começa a mexer a mão, evitando o encaixe. "Entendeu, né? Tem casos assim., do 'ah, não queria, não queria, mas acabei deixando'. O BO é para não facilitar o aborto", diz.

A posição do bíspo é um uma tentativa de dificultar o aborto nas cidades da grande São Paulo.

O bispo Luiz Gonzaga é um claro exemplo da mistura de politica com religião, e usa de sua influência em fiéis para mudar votos e opiniões da massa. Como foi o caso de seu discurso contra a presidenta Dilma, em que ele fez "pregações" contra as intenções da candidata e espalhou folhetos por várias igrejas. Ato que resultou na derrota do PT na cidade de Guarulhos.

Fonte:
http://www.domluizbergonzini.com.br/

terça-feira, 14 de junho de 2011

Identificação total com esse "textículo" de Pessoa!

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ...Que já têm a forma do nosso corpo ...E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares ...É o tempo da travessia ...E se não ousarmos fazê-la ...Teremos ficado ... para sempre ...À margem de nós mesmos..."

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Vendo alto e ouvindo colorido*


Destacando-se da realidade por uma hora. O estado de espírito do casal que comia temaki e a paciência dele em ensinar a pegar nos “pauzinhos” era impressionante. Entre risos, sorrisos reciprocidades simpáticas, a noite transcorria divertida, hipnótica... Simplesmente feliz.


Em alguns momentos sua perna tocava na dela sob a mesa e ela propositalmente permitia naturalmente, como se eles não fossem tão estranhos. Parecia sim, um encontro... Apesar de improvisado, revelava-se algo promissor, perene, cravado no tempo, no momento e na memória. Era tudo muito ingênuo, infantil, puro e imaculado. As histórias, a juventude madura nos olhos de ambos evidenciava uma sensação de leveza e bem-estar.


Agora some assim, sem deixar nome, documentos ou pegadas. Como ela pode seguir-te, saber onde está e com quem andou? Saber mais sobre seus sonhos, ler nos seus olhos as muitas emoções escondidas e tocar na sua perna acidentalmente? Aparece. Porque assim ela poderá dar continuidade aos seus pensamentos reticentes deixados na timidez da noite passada.


(À amiga Milena Tatone)



sexta-feira, 3 de junho de 2011

Inopinadamente volto a ler "A insustentável leveza do ser" de Milan Kundera...


Não suporto os meus rodeios, a minha ânsia de sugar o que já está seco. Leio pela terceira vez a obra, talvez por ter sido ela a apresentar-me mais intimamente a Sartre e Nietzche, a ter despertado em mim a curiosidade em conhecer Praga, e suas "angustiantes" primaveras, e ao amor.

A história de Tereza e Tomaz, da escolha pela leveza, pela liberdade... da possibilidade e busca constante de fugir da mesmice, de viver a vida de forma não-linear, me encanta, mas infelizmente não me seduz. Gosto da linearidade, da rotina, do guardar organizado... do deitar ao lado de um amor conhecido, do romance e das vaidades de casal.

"Tomaz e Tereza" é algo tão real, tão à queima-roupa, que me tranca a garganta. Ele mostra o lado escuro de amar, aquele lugar que temos medo de ir mas que sempre trombamos com ele. O ciúme exagerado de um, a liberdade transgressa do outro e o amor que segue deixando pedaços pelo caminho....E no relacionamento aparentemente frágil e corroído pelo tempo e pela dor, eis que ressurgem "Tomaz(s) e Terezas" muito mais próximos e multualmnte desejosos. Algo como se eles não conseguissem mais viver sem os terríveis vícios um do outro.

A Insustentável Leveza do Ser me faz refletir sobre o que eu já havia intuído: O amor não é felicidade, nem infelicidade... é simplesmente algo que se define por si só ou simplesmente não se define, é um substantivo sem necessidade de adjetivos. Nos leva à caminhos, escolhas, aprendizados... amor é filosofia, um exercício do pensar. O amor é a própria vida sem ensaios, afinal de contas, "o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida, já é a própria vida".



domingo, 29 de maio de 2011

Meu lado queridinha 1...


Esse final de semana decidi encarar o fogão e fazer uma lasanha. Pelos sorrisos dos amigos (...)


sexta-feira, 27 de maio de 2011

O sorriso do Bandolim

Sem complicações. Uma aproximação suave, quase imperceptível. Um destaque para os olhos, para a boca e o sorriso. As palavras precisas, de alguém querendo acertar, com um português perfeito e charmoso, ou diria encantador... “quase embriagante”. Dessa forma se delineia uma personalidade ainda desconhecida do moço. São confusas as suas intenções e misterioso, diria, nas suas aparições. O dia corre galopante, mas ele se fez presente de forma intrigante e inteligente.


Durante o almoço nossos gestos eram parecidos, similares e se encontravam. Parecia tudo orquestrado, como se houvesse algum medo de ferir aquele momento, arranhar as poucas horas juntos. Silenciosamente a melodia era composta por nós, um embalo carinhoso, afetivo... Nós nos gostávamos. Fato!


Mas ainda assim existia uma babel entre nós. Uma comunicação no silêncio, nas saídas da mesa para atender ao telefone, alguma mensagem secreta que eu ou alguém não poderia ouvir. Excesso de delicadeza?! Ou falta dela?! Não interessa tanto. O fato é que ele pertencia aquele gênero de pessoas que é bom ficar e estar perto, sorrir levemente, dar um pouco de brilho dos seus olhos e afagar-se com o gosto delicioso do bem estar.


Silenciamos. Somente nossas vozes, pois dentro estava conversando comigo mesma. “Como resistir àquele que fala de samba, bandolim, Chico e Coldplay? Que gosta de música elevada e parece carregar uma sensualidade pronta para explodir?! Difícil.” Para falar a verdade, achei pouco limpo aquele momento. Nós dois ali, como se nada e nem ninguém existissem. Uma vida paralela, “interessantissimamente”, paralela. Intensamente sedutora.


29.04.11 – SSA/BA

...Ponto de Continuação ou reticências...



sábado, 14 de maio de 2011

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Como sempre reticente... selecionando "prabezas" para postar... quem sabe aparece a coragem que se faz ausente há alguns meses...