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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Inopinadamente volto a ler "A insustentável leveza do ser" de Milan Kundera...


Não suporto os meus rodeios, a minha ânsia de sugar o que já está seco. Leio pela terceira vez a obra, talvez por ter sido ela a apresentar-me mais intimamente a Sartre e Nietzche, a ter despertado em mim a curiosidade em conhecer Praga, e suas "angustiantes" primaveras, e ao amor.

A história de Tereza e Tomaz, da escolha pela leveza, pela liberdade... da possibilidade e busca constante de fugir da mesmice, de viver a vida de forma não-linear, me encanta, mas infelizmente não me seduz. Gosto da linearidade, da rotina, do guardar organizado... do deitar ao lado de um amor conhecido, do romance e das vaidades de casal.

"Tomaz e Tereza" é algo tão real, tão à queima-roupa, que me tranca a garganta. Ele mostra o lado escuro de amar, aquele lugar que temos medo de ir mas que sempre trombamos com ele. O ciúme exagerado de um, a liberdade transgressa do outro e o amor que segue deixando pedaços pelo caminho....E no relacionamento aparentemente frágil e corroído pelo tempo e pela dor, eis que ressurgem "Tomaz(s) e Terezas" muito mais próximos e multualmnte desejosos. Algo como se eles não conseguissem mais viver sem os terríveis vícios um do outro.

A Insustentável Leveza do Ser me faz refletir sobre o que eu já havia intuído: O amor não é felicidade, nem infelicidade... é simplesmente algo que se define por si só ou simplesmente não se define, é um substantivo sem necessidade de adjetivos. Nos leva à caminhos, escolhas, aprendizados... amor é filosofia, um exercício do pensar. O amor é a própria vida sem ensaios, afinal de contas, "o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida, já é a própria vida".



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