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sexta-feira, 27 de maio de 2011

O sorriso do Bandolim

Sem complicações. Uma aproximação suave, quase imperceptível. Um destaque para os olhos, para a boca e o sorriso. As palavras precisas, de alguém querendo acertar, com um português perfeito e charmoso, ou diria encantador... “quase embriagante”. Dessa forma se delineia uma personalidade ainda desconhecida do moço. São confusas as suas intenções e misterioso, diria, nas suas aparições. O dia corre galopante, mas ele se fez presente de forma intrigante e inteligente.


Durante o almoço nossos gestos eram parecidos, similares e se encontravam. Parecia tudo orquestrado, como se houvesse algum medo de ferir aquele momento, arranhar as poucas horas juntos. Silenciosamente a melodia era composta por nós, um embalo carinhoso, afetivo... Nós nos gostávamos. Fato!


Mas ainda assim existia uma babel entre nós. Uma comunicação no silêncio, nas saídas da mesa para atender ao telefone, alguma mensagem secreta que eu ou alguém não poderia ouvir. Excesso de delicadeza?! Ou falta dela?! Não interessa tanto. O fato é que ele pertencia aquele gênero de pessoas que é bom ficar e estar perto, sorrir levemente, dar um pouco de brilho dos seus olhos e afagar-se com o gosto delicioso do bem estar.


Silenciamos. Somente nossas vozes, pois dentro estava conversando comigo mesma. “Como resistir àquele que fala de samba, bandolim, Chico e Coldplay? Que gosta de música elevada e parece carregar uma sensualidade pronta para explodir?! Difícil.” Para falar a verdade, achei pouco limpo aquele momento. Nós dois ali, como se nada e nem ninguém existissem. Uma vida paralela, “interessantissimamente”, paralela. Intensamente sedutora.


29.04.11 – SSA/BA

...Ponto de Continuação ou reticências...



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