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sexta-feira, 23 de março de 2012

(Des) construindo....



Sonhar. Talvez seja o ponto fundamental de nossa existência. Acreditar que a realidade complementa o sonho e não o contrário. Assim a gente segue sorrindo, com a cabeça erguida, com as aspirações aquecidas. Os tropeços existem e existirão sempre. Na verdade o grande ponto da questão é o que faremos com ele (com os sonhos). Quando as relações não dão certo, o que mais se pergunta é que o que fizemos de errado? Os erros são múltiplos. Entre eles a falta de equilíbrio entre o dar e o receber. A dedicação ou ausência dela e/ou simplesmente a imaturidade. Quando somos maduros diante do outro, percebemos o momento de calar, de se doar, de reconquistar, de usufruir de um momento em detrimento de outro. Aprendemos a respeitar, a arriscar menos, ou simplesmente a não arriscar em atrações passageiras, porque temos a visão clara do que realmente importa. A maturidade serve também para dar um ponto final, reconhecer que não deu certo, que qualquer esforço empregado será tempo perdido. Que aquela pessoa que poderia estar do seu lado faz as suas próprias escolhas e se estas escolhas não têm relação nenhuma com seu bem estar, definitivamente não é para você.

Uma vida de casal significa respeito, amor, admiração, cuidado, tolerância e afeto. Significa estar junto, dizer “vamos conseguir”, não permitir que ninguém deprecie a imagem do ser amado... uns chamam isso proteção, outros chamam de amor e alguns dizem que é a soma dos dois. É importante perceber a hora de parar para não ferir mais, não machucar tanto, deixar ainda um fio de esperança para que no futuro, sem ressentimentos, ainda, quem sabe, possa existir alguma coisa. Não adianta neste momento de decepção, seja por uma traição, desrespeito ou deslealdade, martirizar-se com apelos de gratidão. Não mudará nada. Quem não nasce para ser grato, não nasce e basta. A natureza humana é complexa e personalidade, valores e identidade, na maioria dos casos, são imutáveis. Bem verdade que o amor transforma, beneficia, traz leveza e alegria... mas isso somente ocorre quando o amor é de verdade. Meus pais são casados há 48 anos. No início, lá nos idos da década de 60, eles se separaram e essa parte do amor deles, me faz lembrar de uma frase que diz “O amor só é amor, se não se dobra a obstáculos e não se curva à vicissitudes... é uma marca eterna... que sofre tempestades sem nunca se abalar”. Dizem que é uma frase de Shakespeare. Mas independente de quem seja, quero voltar aos meus pais. Eles se reencontraram quase que por acaso em outra cidade e nunca mais se desgrudaram. Nunca ouvi e nem vi nenhuma discussão entre eles. O único som estranho que já ouvi (o que para alguns filhos pode soar bizarro) foi a trilha sonora do amor de alcova. Definitivamente, meus pais me estragaram.

Queria uma amor assim para mim. Não necessariamente sem brigas, mas com muito amor. Aquele potente, capaz de “não se dobrar à obstáculos”. Quem sabe um dia eu encontro. Mantenho-me na esperança e aconselho sempre: mantenham-se também, porque o destino nos prega peças e algumas vezes essas pegadinhas são deliciosamente amáveis.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Mais uma para minha coleção de decepções...

Já tentei não ouvir músicas românticas, já li manuais de como esquecer, já conheci outras pessoas, já chorei litros de lágrimas e fui forte ocupando minha cabeça com afazeres mil. Já me candidatei a uma vaga de emprego em outro estado e tentei me afastar geograficamente, já me senti uma adolescente aos 30, já arranquei (literalmente) meus cabelos, já sorri, quando quis chorar e já chorei muito precisando sorrir. Já perdoei e deixei a esperança vencer o desespero, busquei Deus, amigos, explicações... Já tentei não me abater pela tristeza, já sorri descontroladamente...

Tive ataques psicóticos, síndrome de perseguição e já me encolhi no chão, em um canto qualquer da sala chorando copiosamente... e o que adiantou?! A sensação é que não amadureço, não me convenço e não tenho amor próprio. Sinto-me desrespeitada, constrangida e mal-amada. Perdi o humor, a capacidade de fazer piadas, a leveza da vida... o tempo passa e isso é o mal que me atormenta na atualidade. Medo de continuar a perder tempo, não ser capaz de reconstruir-me, de sair desse quase fundo do poço em que me encontro... Sim, “quase”, uma vez que não quero acreditar que já cheguei lá... e assim sigo, me enganando, sofrendo, triste e sem ânimo. Como podemos ser felizes sozinhos? Alguém me ensina, por favor?! Preciso aprender. Porque começo a me conformar com meu destino ligado à solidão...
É querido, tudo isso é humano, sei disso, mas parece não ser coisa de gente que tem sentimento e sensibilidade... esse mal que você faz, parece coisa de gente que tem sangue sim... mas de barata. Que me perdoem as baratas!