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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

"Onde está você agora?"

Declarações de amor sempre me emocionam. As piegas mais ainda... o velho buquê de flores, a porta gentilmente aberta do carro, o sussurro do “eu te amo” no ouvido de forma inesperada derretem até os mais imponentes icebergs, assim como eu (como alguns consideram) dura de matar, derreto-me toda, incontida, deixo sempre banhar um pouco dos olhos, ontem gélidos e impassíveis.

Mas há muito não vejo isso nas estradas, nos caminhos por onde passo... vejo olhares frios em busca do milhão, na pressa diária do trânsito frenético, do desamor desavergonhado e na insanidade das relações corrompidas pelo caos do dia. Sem tempo, sem paciência seguimos para onde ninguém sabe, nem nós mesmos.

Os detalhes do ser amado são indiscretamente esquecidos; renegados ao segundo plano... o olhar apaixonado – onde está? As mãos dadas em praças calmas, a brincadeira na água da praia, as românticas declarações sob a Lua... a guerrinha de travesseiros, o impasse nos telefonemas para ver quem desliga primeiro...
Digam-me por favor onde estão, pois de tanto não fazer e não ver por onde ando, temo desaprender a formula (hoje secreta) de amar declaradamente.

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