Observava a garota, no canto da sala, encolhida e sentindo pena de si mesma. Percebi que tentava sorrir, mas seu sorriso só fazia aumentar suas dores de cabeça. Nos últimos dias sentia e ressentia dores na nuca e na cabeça. Aquela sensação de impotência era embaraçante. Não tinha respostas e pensava constantemente em um carro passando por cima de seu corpo e lhe poupando de mais sofrimentos. Como uma louca, completamente esquizofrênica, conversava com amigos imaginários. Conversava com eles regularmente e sentia a necessidade de vê-los como seres reais. Bem, era de sua realidade.
A realidade se transfigurava como nos quadros de Piccasso. Seu mundo se transformava naqueles pequenos cubos. Na geometria das cores que insistia existir no seu imaginário mundo colorido. Tentava pensar e repensar e se perguntava constantemente: onde tinha errado? Bem, errou muito ao longo da vida, fez escolhas equivocadas. Mas em nome de que mesmo? Agora precisava da solidão, do seu cantinho na parede, do seu encolhimento espiritual. Verdade. Até levantou do chão, mas a bola de ferro presa aos pés de sua alma não a permitia seguir em frente. Colocava as mãos na cabeça, tentava achar uma saída e em um ataque de nervos, desesperada iniciou uma auto-flagelação incompreensível. Parecia que estava tentando se punir de alguma coisa, que nem ela sabia ao certo do que se tratava.
Ela gritava de dor, mas inacreditavelmente ninguém conseguia ouvi-la... e eu mesma me perguntava: Mas como pode ser? Seus gritos são tão altos e fortes. Por que será que ninguém a ouve? Eu a ouvia. Mas não podia tocá-la com minhas palavras na minha filosofia barata e nem com o meu olhar piedoso de Madre Teresa. Queria apenas lhe dizer... "escuta, não interessa se pensa que está sozinha. Você tem a mim, aqui ao seu dispor e eu nunca irei lhe abandonar. Conte com meu ombro e a minha franqueza em lhe dizer que é tôla. Enxugue as lágrimas, erga-se, um mundo colorido lhe espera."
A realidade se transfigurava como nos quadros de Piccasso. Seu mundo se transformava naqueles pequenos cubos. Na geometria das cores que insistia existir no seu imaginário mundo colorido. Tentava pensar e repensar e se perguntava constantemente: onde tinha errado? Bem, errou muito ao longo da vida, fez escolhas equivocadas. Mas em nome de que mesmo? Agora precisava da solidão, do seu cantinho na parede, do seu encolhimento espiritual. Verdade. Até levantou do chão, mas a bola de ferro presa aos pés de sua alma não a permitia seguir em frente. Colocava as mãos na cabeça, tentava achar uma saída e em um ataque de nervos, desesperada iniciou uma auto-flagelação incompreensível. Parecia que estava tentando se punir de alguma coisa, que nem ela sabia ao certo do que se tratava.
Ela gritava de dor, mas inacreditavelmente ninguém conseguia ouvi-la... e eu mesma me perguntava: Mas como pode ser? Seus gritos são tão altos e fortes. Por que será que ninguém a ouve? Eu a ouvia. Mas não podia tocá-la com minhas palavras na minha filosofia barata e nem com o meu olhar piedoso de Madre Teresa. Queria apenas lhe dizer... "escuta, não interessa se pensa que está sozinha. Você tem a mim, aqui ao seu dispor e eu nunca irei lhe abandonar. Conte com meu ombro e a minha franqueza em lhe dizer que é tôla. Enxugue as lágrimas, erga-se, um mundo colorido lhe espera."