Me contenho. Lembro dos bons modos. Da boa educação que
tive. De falar baixo, mas forte... decidida. Da seriedade...
Grito em minha casa, entre quatro paredes. No território que é só meu. Não exponho e nem me exponho. Não lamento, vou em frente, avante, adiante, rente e convicta. Meus ombros e olhos cansados me fazem lembrar que preciso de sossego, paz, uma dose de amor e respeito. Minhas alma calejada, gatilho mais um tiro certeiro rumo a paz. Essa paz difícil de encontrar no outro, mesmo sabendo que o outro é só o outro.
Hoje não me reconheço mais. Tenho até medo de mim, das
minhas intenções e do meu coração. Permaneço olhando um único ponto na parede e
tentando livrar meus pensamentos dos maus. Das coisas e das pessoas que me
fazem chorar, quando deveriam me fazer sorrir.
Oh, novamente as pessoas. Elas
não devem fazer nada por mim. Tremo só de pensar que não conseguirei ser
correta com meus anseios. Sou boa. Boa demais para muitos. Possuo uma
superioridade sana, altiva, atributiva. Não aceito qualquer um que possa
macular a minha alma, pelo menos não mais. Fecho todas as arestas do meu ser,
para você que pensa que pode, assim, entrar sem pedir licença.