Sinto aquela necessidade de estar mais perto dos meus e triste porque não posso me doar mais. O tempo passa e percebo o quanto nos dedicamos às coisas erradas, aos tempos e pessoas perdidas. Daqui a pouco eles se vão e eu ficarei aqui com a sensação de fragilidade e impotência... de solidão. A eles devo tudo. Mesmo não sendo alfabetizados, fizeram questão de me mostrar o quanto isso foi negativo à vida deles. “Veja nosso exemplo. Não tivemos opções, mas você tem!”. Mostrou isso a todos, indistintamente. E são orgulhosos por eu ter seguido seus conselhos. Estou orgulhosa também, embora na prática, isso não represente muita coisa. Mas somente pelo fato deles se sentirem com a missão cumprida, já me enche de satisfação.
Tenho medo de não conseguir retribuir tudo. Tenho medo de, na correria do dia a dia, não onseguir expressar o quanto os amo. O tempo vai passando rápido e as enfermidades estão chegando bem perto deles. E me bate uma tristeza profunda, tão profunda que mal consigo respirar. Uma sensação ruim de que daqui a pouco o contato físico se finda. O que posso fazer meu Deus para tirar isso de dentro de mim, que me imobiliza, fragiliza e me retém
no mesmo lugar?!
Sinto-me na necessidade de abraçá-los fortemente e nunca mais deixá-los ir. Dar-lhes o
sopro de vida que eles sempre mereceram. Gostaria de ser essa estrela que ela sempre sonhou e que ele, embora silenciosamente, acreditou sempre existir em mim. Nunca mediu esforços para me empurrar para frente. Tremeu com a possibilidade de não conseguir me ajudar diante dos recursos limitados e dos “nãos” da vida. Mas conseguimos pai e mãe. Uma etapa já foi superada. E gostaria muito que ficassem para ver o resto. Ver o que ainda tem pela frente. Fiquem mais um
pouco. Sim, é uma súplica. É um favor que farão somente e exclusivamente a mim.
terça-feira, 17 de abril de 2012
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