Na boca das eleições municipais a presença das mulheres nos poderes executivos e legislativos ainda deixa a desejar, é verdade; mas é verdade também que desde Bertha Lutz, na década de 30 quando foi deputada e quando as mulheres puderam votar pela primeira vez no Brasil, a ocupação de vereadoras, deputadas, prefeitas e senadoras tem crescido significativamente. Lógico que ainda está longe do ideial. Para presidente, o movimento ainda é quase imperceptível. O fato é que não dá para recordar se tivermos meia-duzia, o que seria uma multidão, de mulheres concorrendo a presidência. A lembrança mais recente é a da Roseane Sarney, que prometia alguma coisa de concreto, despontou como uma grande promessa, mas no final não deu em nada. Ou melhor: deu em escândalos que abalaram decisamente a sua campanha de aspirante a primeira presidente do Brasil.
No país existe a tal Lei de Cotas, também, para garantir a presença de candidatas nos poderes... 30% é o minimo, entretanto as damas brasileiras ocupam somente 21% das candidaturas destinadas à elas. Um dos motivos é a falta credibilidade de um ambiente ainda dominado por atitudes masculinistas, para não dizer machistas. O fato é que as mulheres representam 51% dos eleitores no Brasil. Por que essa representatividade não é diretamente proporcional a ocupação das mulheres no poder? É uma relação que não parece justa e certamente não é. Mas para não dizer que tudo é espinhos, vale a pena citar algumas mulheres que disputam o cargo de prefeita em algumas grandes capitais do país, a exemplo de Marta Suplicy , em São Paulo, Luizianne Lins e a senadora Patricia Samboya, em Fortaleza; as deputadas Manuela D'Avila e Maria do Rosario em Porto Alegre; a ex-deputada Jandira Feghali, no Rio de Janeiro; a deputada Jô Moraes, em Belo Horizonte; e por fim, infelizmente, as deputadas Micarla de Sousa e Fatima Bezerra, em Natal. Existem 41 pequenas cidades do Brasil, em que só existem mulheres disputando. Isso porque as verbas dessas cidades são tão pequenas que nenhum homem teve interesse de administrá-las.
O Brasil ocupa o vergonhoso 146° no ranking de mulheres no poder, fica atrás de países como Congo e Iraque. A nossa hermana, Argentina, fica no 5° lugar e elegeu na campanha presidencial passada primeira presidente do país, Cristina de Kirchner. Ruanda, a capital angolana tem o maior número de mulheres no parlamento, graças aos incentivos do proprio governo de Angola.
Quem sabe nossos netos poderam contar uma história diferente para os seus filhos, porque nós, apesar de reconhecer nossos progressos, ainda estamos longe do ideal.
Mais mulheres no poder. Eu asumo esse compromisso. Essa é uma campanha lançada em agosto passado, dia 27, pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e pelo Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres dos Partidos Políticos. Com o objetivo de estimular todas as esferas sociais, principalmente os partidos e as mulheres em geral, a meter o dedo, o coração, a mente e todas as suas fichas para ocupar os espaços de poder no executivo e legislativo. A ação aproveitou as campanhas municipais para se lançar e apoiar a candidatura de mulheres para as eleições do dia 5 de outubro. No site interativo, o http://www.maismulheresnopoderbrasil.com.br/ as pessoas podem ter acesso a várias informações inclusive como tomar coragem e se candidatar, afinal teremos novas eleições em breve.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
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